Desde o seu surgimento, em meados do século XIX, a atividade turística tem se apresentado como um dos pilares do desenvolvimento econômico das localidades. Todavia atualmente sabe-se que o turismo possui muito mais benefícios que o campo da economia pode oferecer. Por conseguinte, este trabalho procura analisar outras faces da atividade turística como a cultural e a relação com o meio-ambiente, inseridas no modo de turismo endógeno. Para tanto, em um primeiro momento, apresenta-se o tema turismo endógeno, procurando-se alcançar um conceito próprio dele, pois este modo não está bem sedimentado na literatura do Turismo. Busca-se também mostrar como tal modo pode contribuir para o desenvolvimento local. Em seguida é apresentada a Praia do Aventureiro, exemplificação deste trabalho. Praia no sul da Ilha Grande, localizada no município de Angra dos Reis, no estado do Rio de Janeiro, apresenta uma série de dificuldades de infra-estrutura e legais, pois se situa em uma reserva biológica. Por esse motivo, muitas atividades de subsistência tradicionais foram restringidas. Buscou então no turismo uma saída, como alternativa de geração de renda. No entanto acolhe turistas de forma particular, com uma aproximação maior. O trabalho mostra como este lugar com o foco no ecoturismo e o turismo cultural pode receber benefícios. Pretende-se assim tomar esse lugar como material de estudo e realizar sua análise sócio-ecológica, detectando a importância de sua cultura e espaço ecológico na memória coletiva e na formação do território do turismo. Observam-se as possibilidades de se desenvolver tecnicamente o modo endógeno no local e identificam-se os aspectos que seriam necessários para isso, por meio de uma pesquisa realizada com a comunidade receptora.